“As
pessoas que mais admiro são aquelas que melhor divergem da minha pessoa. Claro
está, só se diverge de outrem dentro do que nos é comum. Porque há quem nada
tenha de comum connosco, nem sequer a própria existência e a mesma humanidade.”
Almada
Negreiros (1893-1970)
Almada Negreiros, Autorretrato, desenho, 1940 |
"José Sobral de Almada Negreiros nasceu em São Tomé e morreu em Lisboa. (...) Muito cedo (1905) realiza jornais manuscritos, encontrando assim um pessoalíssimo gosto pela escrita e pelo desenho que, como autodidacta, se desenvolverá. (...) A sua primeira exposição individual é ainda feita na Escola Internacional em 1913. A pretexto desta exposição, o poeta Fernando Pessoa publica na revista Águia um texto sobre a arte da caricatura. Para o poeta, a caricatura pode provocar o ódio, o riso ou o sorriso. Almada, para o poeta, pertencia a esta terceira espécie. Mas o texto do poeta diz também que não interessa a espécie, mas sim saber se o artista tem génio, talento ou mera habilidade; reconhece que a "poliaptidão" do desenhador mostra que não é um mero habilidoso, mas já um caso de talento. «Eu creio que ele tem talento. Basta reparar que ao sorriso do seu lápis se liga o polimorfismo da sua arte para voltarmos as costas a conceder-lhe inteligência apenas.» Este texto provoca o encontro dos dois, iniciando uma amizade para toda a vida e um companheirismo na vanguarda artística, com dois marcos fundamentais: a revista Orpheu (1915) e o movimento futurista (1917)."
"100 Pintores Portugueses do Século XX", Rui Mário Gonçalves
Sobre esta pintura...
"De novo a luz lateral, os planos frontais e o plano do suporte dividido sob rigoroso controlo geométrico. Deste fundo organizado com rectas ortogonais, emerge a silhueta do poeta, em contornos ondulantes, e num negro-azulado que contrasta com as cores quentes do espaço envolvente."
"100 Pintores Portugueses do Século XX", Rui Mário Gonçalves
Retrato de Fernando Pessoa (segunda versão), de Almada Negreiros |
Nesta mensagem, destaco os trabalhos realizados por alunos que homenagearam o poeta Almada Negreiros, a sua poesia e a sua arte, no âmbito da atividade "Ler+ com arte".
A partir de uma imagem dada impressa numa folha de papel A4, representativa de um escritor português, os alunos deram “asas à sua imaginação” e apresentaram uma panóplia de soluções interessantíssimas, de enquadramento da forma/fundo, tanto monocromáticas como de policromia admirável, criando composições artísticas peculiares, das mais simples às de maior complexidade, exaltadas pela exploração dos elementos estruturais da linguagem plástica: ponto, linha, textura, estrutura, cor, volume e mancha. Os materiais de desenho e pintura utilizados foram si selecionados (lápis de grafite, caneta de ponta fina preta, lápis de cor, marcadores, pastel de óleo) assim como as técnicas aplicadas.
O produto final deste trabalho encontra-se em exposição em várias mensagens, no Arquivo do blogue e também sob a forma de Livros digitais “Ler+ com arte”.
7º G - Daniela Castro |
7º H - Sofia Martins |
8º E - Daniela Peixoto |
Caricatura de Fernando Pessoa pela mão de Almada Negreiros |
7º E - Margarida Fernandes |
8º G - Tiago Martins |
8º G - Inês Martins |
Enquanto que os escritores usam as palavras para comunicarem e exibirem a sua criatividade, neste caso os alunos usaram a expressão plástica, representando através dela não somente o mundo que os rodeia como também o seu próprio mundo!
Sobre a obra "Começar" de Almada Negreiros...
O painel Começar é a derradeira grande obra de
Almada Negreiros (São Tomé, 1893 – Lisboa,1970). Está
no átrio da sede da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
É uma obra extensa, gravada em calcário polido, com
12,87m de comprimento e 2,31m de largura. Almada projectou
a obra em 1968 e acompanhou de perto a sua execução no ano seguinte, por uma equipa de operários especializados.
A obra foi inaugurada em Outubro de 1969.
À primeira vista trata-se de uma sucessão de traçados geométricos, com profusão vertiginosa de linhas e arcos (secundados por texto, números e relações matemáticas mais discretas) que valem pelo equilíbrio estético e pelo jogo de cores.
À primeira vista trata-se de uma sucessão de traçados geométricos, com profusão vertiginosa de linhas e arcos (secundados por texto, números e relações matemáticas mais discretas) que valem pelo equilíbrio estético e pelo jogo de cores.
Começar por Almada Negreiros ou Ode à Geometria, Luís Reis
Começar, 1968-69, pedra gravada |
“Eu acabei agora de fazer um trabalho de vários meses, oito meses consecutivos, trabalho obcecante, a ter de fazer. Em pormenor, basta dizer que o médico todos os dias me dizia: Você está-se a matar! e eu respondia-lhe: Mas se não fizer isto, morro! […] Vou simplesmente dizer o título da obra que eu concluí, que é uma obra síntese de tudo o que eu fiz na minha vida: é a Geometria. O título é Começar…”
Olá eu sou a mariana rodrigues barbosa no 5ºF gostei muito do blog professora parabens
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