Linha e ornamento foram os elementos fundamentais a partir dos quais
Klimt desenvolveu a sua obra.
Françoise Ducros
A Árvore da Vida, 1905-1909 197 x 91 cm |
Ele usava a linha para definir e modelar os corpos, mostrando o seu talento como desenhista bem como a importância do elemento gráfico na Arte Nova vienense.
Retrato de Àdele Bloch-Bauer, 1907 138 x 138 cm |
Neste retrato podemos observar a maior aproximação de Klimt ao estilo bizantino, que é o mais significativo do período dourado do artista. Esta obra constitui um testemunho da forte impressão que as decorações de mosaicos de San Vitale, em Ravena, causaram no pintor durante a viagem a esta cidade. Aqui, ele joga requintadamente com a ambiguidade entre o tratamento ornamental abstracto e a representação da figura humana, que parece estar embebida num casulo resplandecente de ouro e de prata, composto de uma profusão de formas geométricas.Dentro deste invólucro caleidoscópio os padrões do vestido e da poltrona de costas altas fundem-se num só. O padrão dos olhos tem origem, em última análise, na arte egípcia (...). Este sumptuoso cenário de pedras preciosas fornece um contraste extraordinário com a delicada representação do rosto e das mãos; e é no rosto, já marcado pelo tempo (...).
O Beijo, 1907-1908
O Beijo, 1907-1908 180 x 180 cm |
De todas as pinturas que Klimt produziu durante o seu período dourado, O Beijo constitui a tentativa mais bem sucedida de combinar sensualidade e simbolismo. (...) Só a linguagem ornamental designa os corpos como sendo masculino ou feminino (...) sob um céu cheio de estrelas e saturado de ouro fosco e brilhante.
Rilke descreveu este espaço como "verdadeira felicidade dourada".
(...) no brilho dourado e geométrico de O Beijo o combinar de emoção e decoração é o seu legado duradoiro.
O Parque, 1910
O Parque, c. 1910 110,5 x 110,5 cm |
A visão de Klimt da natureza faz parte das suas experiências com paisagens longas. (...) As árvores são apenas diferenciáveis pelos troncos, já que a folhagem forma uma massa compacta, congregada num plano único, como um mosaico criado por uma profusão de pontos (...). A textura é condensada e homogénea e só a parte inferior, na qual podemos vislumbrar a linha do horizonte e o céu, nos diz que representa um parque.
“ Se não conseguires agradar a toda a gente através da tua actividade e obras de arte – agrada a pouca gente. Agradar a muitos é mau.”
Gustav Klimt
Fonte de informação
"Klimt", Françoise Ducros
1995 Editorial Estampa Lda., Lisboa.